Texto em prosa com intenção de crônica.
Festa-Formatura do ABC Infantil da minha filha
Renata — realizada no dia 8-12-2013.
Fiquei muito alegre. (Conforme Descartes, a alegria é uma paixão
da alma.) Senti uma emoção indizível ou, como diria o poeta Catulo da Paixão,
“eu não podia definir o que só sabia sentir”.
Chorei na hora do Hino. Como acabei de falar em poeta,
escrevo esta quadra:
Comovido,
ao escutar,
chorei na
hora do Hino,
vendo
menina e menino
que
vibravam ao cantar.
Vi naquele clube da Festa a realização de um sonho ou, em outra
perspectiva, o final de uma jornada estudantil para o começo de outra (já que o
Estudo não para).
Cada mesa reunia uma família em nome de um filho, um ideal;
algumas com dois ou três, visto que parecia haver trigêmeos entre os Formandos.
Por alguns momentos, vivi o dilema de me comportar com educação:
por um lado, “não se deve olhar detidamente para uma pessoa”; por outro lado,
querendo (eu) observar o rosto irradiante de alguém. Naturalmente, olhei de
relance. Como aquela alegria contagiava, passei a ser “ligeiramente
mal-educado”...
Mas a minha concentração, os olhos e o coração — talvez os meus
cinco sentidos — estavam mesmo naquela Turma de Concludentes.
Cada gesto e cada imobilidade encerravam-se em torno de um
semblante sorridente. Há tempos, eu não via o gesto de sorrir, ou melhor, a
liberdade do sorriso, tão exercitada.
Sorrindo e livres, as crianças andavam como se voassem —
notadamente ao descer a escada. Eu suponho: "quanto mais o corpo descia,
mais o espírito subia". Com a sua leveza, as meninas pareciam borboletas e
os meninos, passarinhos. "Não precisa falar em estrelas, porque todos
brilhavam."
Na certa, sentiam a sensação feliz e inconsciente de voar. (Quem
sabe se alguns não pensam em ingressar na Força Aérea?).
Para mim, eram como se tivessem aprendido a ser felizes, enquanto
aprenderam a ler!
Em mais um dos momentos solenes — quando um Aluno fazia sua
participação perante o Público —, ele disse (salvo engano) que, "de uma
pesquisa feita aos Doutores Infantis, eles, resultou que todos os seus colegas
tinham o objetivo de serem felizes". As palmas foram efusivas e sonoras.
Possivelmente, ele contava que o Saber, junto com os pais, gera também
felicidade.
Transparecia ademais uma certeza: era que “eles e elas” sabiam se
comportar com obediência (para não dizer com disciplina): em grupo, ou
isoladamente; parados ou em movimento; em silêncio, ou em discurso, ou em
cantiga.
A disciplina — cabe dizer, uma pilastra do
militarismo — é a ordem com obediência; contém um aspecto
(acho que seja psicológico), pois lembra a frase “Quem não sabe obedecer também
não sabe mandar”.
Imagino como ficava o coração de cada criança daquelas: devia
pulsar com vibrações, misturando suspense e contentamento. A cada nome citado,
uma ansiedade era substituída por satisfação. "Devia ser mesmo uma
encarnação da Felicidade!".
Misturando sentimentos comovidos com ideias conscientes, termino
aqui, assim como fiquei no final da Festa, salientando que a minha Filha
refletia nos olhos a esperança que eu trago no peito (lugar do “brevê”) — isto
é, brilhava o sonho de ser militar. Ela já se sente como tal, principalmente
depois que recebeu a carteira de estudante. Suponho que ela já se acha “militar
de carteirinha estudantil”.
Subtemas em aberto para o público leitor:
Aquela
era a formatura que eu queria...
Acredito
que todo pai deseja ver um filho assim...
Lindos
cantos, belos dizeres...
Agradeço
aos professores, diretores, coordenadores e comandos...
O
discurso emocionado e espontâneo do Diretor-Geral...
A
participação das Coordenadoras, na linha de frente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário